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Depressão, conheça os sinais de alerta!

  • Foto do escritor: Valéria Santos
    Valéria Santos
  • 17 de jul. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 25 de jul. de 2023

A depressão é uma vivência muito dolorosa, e deve ser cuidada com seriedade, valorizando e buscando entender qual é a raiz dessa dor. Escute a sua dor.

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Muitas pessoas com depressão relatam culpa por sentirem o que sentem e por não conseguirem responder às expectativas almejadas.


Se culpar não é o caminho, mas ao perceber os sintomas depressivos você passa a ter responsabilidade de buscar ajuda, e acompanhamento especializado.



Vamos conhecer algumas causas desse transtorno


Veja, o transtorno depressivo é multifatorial, podendo ser genético, onde determinados genes, tornam a pessoa predisposta a depressão, o fato de se ter parentes de primeiro grau que tem ou tiveram depressão, fatores ambientais como experiências precoces de abuso físico ou sexual, negligência, ou separação na primeira infância, podem criar uma sensibilidade neurobiológica, facilitando a resposta de padrão depressivo quando adulto.


A depressão é composta aproximadamente por fatores 40% genéticos e 60% ambientais(Nemeroff, 2003)


Por tanto, pessoas com genes e, criadas dentro de determinados ambientes têm maior chances de responderem com depressão a estressores atuais do que pessoas sem os genes, e criadas em ambientes mais saudáveis, havendo ainda um terceiro grupo que mescla uma das variantes entre genes, ambiente de criação adequado e não adequado.


Podemos considerar também que o modo de vida contemporâneo, seja um fator favorável à depressão. O alto nível de demandas e produtividade, uma vida acelerada sem tempo para absorver as experiências, e o alto ideal de si e de objetivos, é um fator extra nessa equação, esse fator é evidenciado pelo crescente índice dessa doença após o ano 1973 com início do neoliberalismo, com isso podemos dizer que a depressão é um fenômeno favorecido pelo comportamento social atual.


Gatilhos para depressão


O indivíduo pode passar por períodos depressivos, que seria uma depressão crônica, ou pode em algum momento da vida ter algum estressor (gatilho) que o faça se sentir deprimido:

  • Morte de um parente próximo (sofrimento para além do luto);

  • Agressões, conflitos conjugais graves;

  • Divórcio/separação;

  • Dispensa do emprego;

  • Catástrofes;

  • Doenças incapacitantes;

O gatilho é muito particular, cada pessoa tem um mundo dentro de si, portanto nunca sabemos qual será a situação que iniciará o transtorno depressivo.


Sinais de alerta


Abaixo seguem alguns sintomas alertas, mas é válido lembrar que dentro de cada sintoma existem um leque de variações entre o saudável e o patológico, que para ser considerado depressão deverá haver mais de 4 sintomas juntos, e que o maior sinal de alerta é se a frequência for diária e constante, por mais de duas semanas, os sintomas são mentais e físicos:

  • Humor deprimido e/ou maníaco;

  • Pensamentos negativos;

  • Culpa excessiva;

  • Alto nível de cobrança;

  • Ideação suicida;

  • Apatia;

  • Alterações no sono (dormir mais ou menos);

  • Alterações no apetite;

  • Agitação ou retardo psicomotor;

  • Desesperança;

  • Descuido com a higiene pessoal;

  • Desinteresse pela vida social;

  • Desinteresse pelo que antes trazia alegria;

  • Tristeza profunda;

  • Humor irritadiço;

  • Dores no corpo, sem causas físicas;


O desinteresse pelo mundo exterior é bem marcado na depressão, normalmente se tem um motivo atual, que inconscientemente re-vive algo do passado, fazendo com que o mundo perca a graça, e exista um recolhimento, uma introspecção, que é normal no luto e em outras perdas, mas o que irá determinar a "tristeza saudável" que se relaciona aos processos da vida, é a intensidade do sofrimento, se a tristeza se espalhou por todas as áreas da vida, e o tempo de permanência desse sofrimento. No processo de luto ou de uma "tristeza saudável", a alegria ou a motivação existe em outros setores da vida que não estão ligados diretamente a perda, em alguns momentos do dia, a tristeza com o tempo vai oscilando em graus podendo retornar e ir, em uma flutuação. É importante pensar que todos temos momentos de maior introspecção, momentos de tristeza, e que isso não significa que seja depressão. Por isso é importante a busca por um profissional de sua confiança para uma avaliação.


Na depressão maior o sujeito pode se recolher ao extremo, chegando ao ponto de não conseguir sair de casa, ou se levantar da cama, deixando de realizar cuidados pessoais.


Como ajudar?


Muitas pessoas disfarçam bem seus sentimentos, mas podemos observar as mudanças de hábitos dos que nos cercam, a aparência mais abatida, a falta de gosto pela vida e o isolamento. Seja empático, não julgue, escute com compaixão, não diminua o sofrimento do outro com frases do tipo “você tem tudo para ser feliz”, “tem tanta gente em pior situação que você”, esse tipo de frase não ajudam, ao invés disso você pode incentivar a pessoa a buscar ajuda profissional, e a encontrar grupos de apoio. Lembrando que por mais que você ame alguém com depressão apenas ela poderá se mover em busca de ajuda, se você sofre com a situação busque você por auxílio e seja o exemplo.


O tratamento


Deve ser iniciado assim que se perceba os primeiros sinais, a brevidade do início do tratamento garantirá a maior probabilidade de sucesso. O tratamento da depressão maior deve ser feito por multiprofissionais, como psiquiatras e terapeutas.


O psiquiatra é o profissional que irá fazer a avaliação, e irá determinar qual medicação deve ser utilizada, e junto com o paciente, serão feitos os ajustes e alterações conforme necessário, verificando a aceitação e reação individual.


A terapia, psicoterapia, análise, pode ser com diversas abordagens (Behaviorismo, terapia breve, tcc, psicanálise, etc).

Na abordagem psicanalítica (análise), o foco não é no diagnóstico, ele é feito para nortear o tratamento, mas o foco está no paciente e não na doença, na história que este paciente traz, na história que está por trás da doença, este paciente é visto e reconhecido, como um ser único e por isso é importante buscar junto ao sujeito a compreensão de quais são as razões, em que se alicerça a depressão, e com sensibilidade e manejo vamos trabalhando ponto a ponto dessa dor.


Com o tratamento será possível reorganizar o pensamento, validar os sentimentos e identificar as emoções.


Sair desse quarto escuro, que se criou dentro de você pode parecer muito assustador, e é, mas estou aqui para dizer que é possível aprender a andar no escuro, treinar os olhos para ver além da dor, e aos poucos ir abrindo as janelas, ir respirando ar fresco, mais adiante sair para ver o sol, sentir o vento na pele e por o pé na grama.


A psicanálise pode te ajudar se você, si permitir!


Dúvidas pode me chamar estou à disposição.




 
 
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