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Não, aceito mais o amor assim!

  • Foto do escritor: Valéria Santos
    Valéria Santos
  • 28 de ago. de 2023
  • 3 min de leitura

Consideramos justas todas as formas de amor, como disse Lulu Santos e acho justíssimo que o amor seja respeitado em quase todas, suas formas, cores e meios, seja em manifestações de amizades, ou afetivo amorosas, familiar, entre sexos e gêneros, iguais ou diferentes.

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Digo quase pois tem uma forma de amor que para mim, basta, não aceito mais!


Vou com calma, o amor está em tudo, em tese tudo é feito por amor, pelo amor (até às absurdas guerras seriam por amor a pátria ou a raça, ou a religião), o amor está na arte, nos livros, nos filmes, na música.. ahhh… como a música fala de amor…


Na nossa música popular brasileira, o amor é interpretado de diversas formas, hoje uma música em especial me chamou a atenção, ela diz assim: "Me maltrata, mas faz bem" (Os Barões da Pisadinha), a musica decorre sobre um amor que tem muitas desavenças, uma relação afetiva estável (ou seria instável?), cheia de abusos.


Esse tipo de amor, está bem enraizado, em cada um de nós, a crença que o amor, está diretamente ligado a um amor doloroso, de disputa de poder, de submissão, de brigas, ciúmes e rompantes de paixões e reconciliações explosivas, pois "se de dia a gente briga, a noite a gente se ama", e que as diferenças "se acabam no quarto em cima da cama" (Leandro e Leonardo).


E é esse amor, extremamente difundido, e confuso, que eu não aceito mais, para mim, basta!


Acredita-se que onde há briga, há amor, "ele sente ciúmes de mim, mas é porque me ama", "ela me rastreia o tempo todo, mas é porque me ama", e tudo ainda vai para a conta do sexo, como tentativa de resolver, compensar ou camuflar a desarmonia.


Essa forma dolorosa de amor, foi aprendida na infância, quando, por exemplo, se apanha dos cuidadores e ouve que é "para o seu bem", "é porque eu te amo", "melhor apanhar em casa que na rua", ou quando são feitas pressões psicológicas, como gritos, ameaças, chantagens e outras tantas formas de abusos. Claro que o assunto é muito mais complexo, aqui é apenas a ponta do iceberg, mas seguindo…


E assim gerações e gerações foram criadas.

Será que não fomos amados? Sim fomos, mas não da forma mais saudável e genuína, e assim crescemos e replicamos.


Foi o amor aprendido e ensinado, o amor às vezes me parece uma palavra gasta.


Enfim, repetimos porque foi a forma como aprendemos, e se nossos pais nos amam assim, deve estar certo. As vezes erramos querendo acertar.


Então crescemos e passamos a vida em busca de ser amada (o) a qualquer custo, mesmo que custe a nossa vida. Aceitando, o pouco, o ruim, o doloroso, porque "não é tão ruim assim", "melhor com o ruim conhecido", "o amor tudo aceita, tudo suporta"(Coríntios).


Quem inventou o amor, me explica por favor? (Legião Urbana)


Quem será que foi? Essa eu não sei, também não acredito que possamos definir o que é o amor…

Mas sei que podemos transgredir a forma dominante de amar, quebrar o padrão de repetição, e a única forma que conheço é que cada um tome consciência de si, por isso te convido a questionar suas relações, para além da relação de casal, pense em todas as relações de amor que você nutre, inclua todos seus vínculos de amor:


Como você está amando a si? Como ama os outros? Que amor você está aceitando receber e o que está ofertando?


Que esse texto seja o início ou a continuação da sua construção do amor. Ressalto que o amor base de todos os outros, é o amor por você mesma(o), e que a partir desse venham amores sinceros de todos os tipos, cores, e sabores.

Pois…

Basta desse amor doloroso que mais sangra que cura

Basta, de repressão

Basta, de silenciamento


Vivamos a nossa verdade e permitamos que o outro viva a própria verdade, são essas diferenças que nos completam na nossa falta.


O amor que escolho aceitar é promissor, é fomentador de alegrias, é incentivador, é acolhedor, é livre para ter outros amores.


Chega de amor doloroso… E essa é, AGORA, a nossa responsabilidade, não poderemos alegar o não saber.


Faça terapia e tenha apoio profissional, nessa descoberta de si, na descoberta de qual amor te satisfaz, qual amor te comtempla.


Valéria Santos.



 
 
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