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Será que é hora de se divorciar? É o fim do casamento?

  • Foto do escritor: Valéria Santos
    Valéria Santos
  • 6 de out. de 2023
  • 6 min de leitura

Após anos de casamento, um dia percebemos que não queremos mais, que não dá mais, os motivos para que esse momento ocorra são infinitos, mas, na verdade não é “de repente”, e “nem acordamos assim” de uma hora para outra sem querer mais, é um processo muito mais demorado, que quando nos apaixonamos. Resistimos ao fim.

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No casamento são depositados muitos sonhos, desejos, e fantasias. A “idéia do felizes para sempre”, e do “até que a morte nos separe”, gruda no nosso imaginário e nós nos agarramos a isso com unhas e dentes. Ninguém casa desejando que um dia acabe!


Como disse Freud “O amor é um estado temporário de psicose”, e isso quer dizer que, na paixão sentimos como se fomos um com o outro, que somos perfeitos juntos, que somos almas gêmeas. E por isso há uma dificuldade em ver os defeitos do parceiro(a), ou as incompatibilidades, que com o tempo, e com o convívio, ficam visíveis, e podem se tornar insuportáveis. Com a realidade colocada à prova a visão apaixonada vai aderindo novas perspectivas, podendo, se transformar em um amor maduro, que sustenta essa diferença do outro ou nesse momento gerar o rompimento da relação.


Mas, amores maduros, também terminam, após anos, após filhos, após sonhos realizados juntos. Os motivos para o fim são diversos, desde traição, falta de comunicação, abusos físicos e emocionais, objetivos diferentes, mudanças de perspectivas, falta de parceria e companheirismo, os motivos são multiplos, um soma no outro, dificilmente é um fator único. A manutenção de um casamento é obrigação dos dois, um não salva o casamento sozinho, é uma relação de mão dupla.

Vamos pensar em algumas possíveis causas para o fim:


Rotinas aceleradas: onde o casal não encontra espaço para renovarem os afetos que os ligaram, e o diálogo sincero se tornou impossível.


O nascimento de um bebê: parece contraditório pois geralmente acredita-se que o vínculo do casal se fortaleça, mas, muitos homens infelizmente ainda não aprenderam a lidar com as mudanças e as responsabilidades que um filho traz, e em muitos casos há o divórcio antes do primeiro ano da criança.


Traição: a traição pode ser o estopim de um término, pode haver recorrência, e o traído fica no impasse se termina ou se dá mais uma chance, cada caso é único, mas para que um relacionamento arranhado por uma traição sobreviva é necessário muito trabalho e comunicação.


Mudança de comportamento: estamos constantemente mudando, e por vezes as novas versões não estão em acordo com o parceiro, este é um ponto muito sensível, porque acreditamos que para terminar um relacionamento ele deve estar ruim, ou acontecer algo horrível que justifique, mas não. E por isso a comunicação é sempre fundamental, para estar alinhado com o (a) parceiro(a) sobre tudo que se deseja para o hoje e para o futuro. E por isso você não deve se sentir culpado pois o outro pode querer se separar e isso não ter a ver com algo em você. Todos mudamos e tudo bem.


Vicios e abusos: o vicio em jogos, pornografia, e/ou o abuso de alcool e drogas, são causas constantes de rupturas conjugais, geralmente se arrastam por anos, na mesma perspectiva da traição, pois se tem o desejo de que o outro mude, existe a torturante esperança da remissão, a dúvida de “será que dou a última chance?”. E como disse acima, cada caso é um caso, mas é necessário que se olhe com responsabilidade para com a sua vida e entenda que o outro é responsável pela dele.


Violência física e psicológica: nesses casos por vezes é difícil de sair seja por medo, ou por não identificar o real perigo da situação, mulheres nessas situações devem ser acolhidas com respeito e gentileza, e a separação é sempre uma escolha única e exclusiva delas.


O rompimento desse vínculo tão precioso, causa muito desgaste e sofrimento, deixando a pessoa vulnerável e sensível, sendo assim um momento de diversas dúvidas e conflitos.

A ajuda profissional pode ser necessária, entenda, a terapeuta não irá dizer o que você deve fazer ou não, longe disso, mas a terapia irá te ajudar a enxergar com clareza, e avaliar os pontos positivos e negativos, prós e contras, a decisão sempre partirá de você, mas pensei em algumas dúvidas comuns:


Quando tomar a decisão de se separar? Essa decisão é sua, cada um tem um tempo. Mas é importante que você se questione e avalie se: Essa relação te faz feliz? Como está a comunicação entre vocês? Você tem atividades suas ou vive apenas pelo parceiro? Como está a vida sexual de vocês? Há cumplicidade? Quem se doa mais na relação? Quem sempre cede? Você se sente segura (o) em falar, vestir, e ser quem você é na frente do seu companheiro? Você se sente confortável em pensar no seu relacionamento, ou tem vontade de envitar esse assunto?

As respostas podem te dar um bom sinal de sinal de para onde está indo esse relacionamento


Por que, nosso amor não deu certo? Ouço com frequência, essa frase em processos de divórcios, sempre aponto que há um equívoco nessa frase, pois o amor deu certo o tempo que teve de durar, não se pode anular o que houve de bom e feliz, pois se esses momentos não existissem, vocês não teriam permanecido um dia sequer juntos.


O amor acabou? Pode ser que tenha acabado, pode ser que tenha se modificado dentro de você, um amor pode passar de afetivo-sexual, para um amor de amigo, um amor fraterno. Existem várias formas de amar.

Por vezes, mesmo havendo amor, há a necessidade da separação, por motivos de força maiore, como segurança física e mental, a quebra constante de acordos do casal, pois apesar de você ainda amar seu parceiro pode ser que seja a hora de pensar se o relacionamente esta minanando a sua auto confiança, sua alegria, e talvez seja o momento de terminar mesmo assim, para se preservar.

A romantização do amor não deve nos aprisionar em relações tóxicas ou abusivas. Podemos amar e escolher não estar juntos, é importante escolher amar a si em primeiro lugar.


E os filhos? Muitos casais adiam a separação por causa dos filhos, mas, essa não é a melhor forma de lidar com a situação. Nenhum filho merece o fardo de manter os pais infelizes em um relacionamento por sua causa, e isso não seria uma verdade, os pais que utilizam desta justificativa podem estar protegendo a si mesmos de enfrentar as consequências de um divórcio.

A responsabilidade é sempre dos adultos, a comunicação com a criança deve ser clara, não deve haver chantagem, manipulação ou tentativa de forçar a criança a escolher um dos lados. A criança ama ambos os pais, independente do que um cause ao outro, a criança deve ser poupada das brigas e desentendimentos dos pais. Caso um dos genitores seja um risco a vida da criança isso deve ser levado à justiça.


E, a vida continua após a separação


Após um divócio, haverá um período de luto, de questionamentos, pode ser que você queira viver a vida de solteira intensamente, ou se recolher e chorar assistindo a um filme, é normal cada um lida como pode com essa dor. Mas é importante que você se dê tempo de processar e digerir o ocorrido. Pois, é um processo que precisa ser acolhido com amor e cuidado, busque por uma rede de apoio, uma amiga ou amigo, alguém de confiança com quem possa desabafar e pedir ajuda quando precisar.


Exercite sua capacidade de aceitação, mesmo quem pede o divórcio pode ter dificuldade em aceitar o fim. Uma relação construída para ser para sempre não termina só porque foram ditas palavras ou assinado um papel. Mas aceitar que acabou é um passo importante para a conclusão bem sucedida deste luto, integrar o que teve de bom e liberar a dor e a mágoa, se desgrudar do que já foi e aceitar o que virá.


A boa notícia é que a vida vai continuar, não tenha pressa em encontrar outro parceiro, se permita se reconectar com você, se redescobrir, muitas vezes em um relacionamento perdemos parte da nossa identidade, cedemos, e acabamos nem sabendo mais quem somos e o que gostamos, aproveite essa oportunidade para nutrir o amor por si mesmo e descobrir novos hobbies, rever e fazer amigos, viajar, viver novas histórias e experimentar novas formas de ser.


Tome um fôlego e se permita recomeçar.


Eu sei que da onde você possa estar agora, isso pode parecer uma visão quase que impossível, parece que nunca vai passar, mas , minha amiga, meu amigo, tudo passa!


Espero que esse texto tenha te auxiliado nesse momento. Caso queira podemos agendar um atendimento, é só clicar no botão abaixo e me dá um oi. Obrigada por ter chegado até aqui!




 
 
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